quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cama.

Nesse momento existem três telas na minha faixa de visão. Primeiro, o notebook, me encarando fria e intensamente, cobrando que eu escreva alguma coisa qualquer e sempre me empurrando para algum vídeo tosco na internet. Mais longe, a televisão, desligada, implorando que eu assista "A lagoa azul" ou "Esqueceram de mim 1852" pela milésima vez na sessão da tarde. Por último, a mais bonita: a janela. Todas querendo me "emburrecer", menos ela. O céu está azul com um salpicado de nuvens bem leves, daquelas que indicam chuva em poucos dias. O caquizeiro está sem folhas, mas parece feliz assim, mais leve talvez. A balança, há tempos parada, cuida de alguma planta que lhe sobe aos pés.
A janela me pede para sair, ir viver a vida que me espera lá fora. Mas só à primeira vista. Depois enxergo as grades e, pronto, está tudo estragado. Malditas grades em todo lugar.
Fecho a cortina e os olhos. Tudo isso me faz doer a cabeça.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Recomeço?

Tem umas coisas que, quando derrubam a gente, conseguem fazer parecer impossível levantar de novo. Uma dessas é que, depois que eu apaguei o "Sutiã de Renda", fiquei com a sensação de que junto com o "DELETE" foi embora toda a minha capacidade de escrever qualquer coisa boa de novo. Mas, como tudo é mais fácil depois da filosofia do "beber, cair, levantar" (hã?), aqui estou eu, insistindo no erro.
Mentira. Na verdade essa música é horrível e não faz sentido nenhum, porque, além de ninguém levantar fácil depois de um tombo de porre, é bem difícil alguém gostar de ouvir o mesmo refrão sessenta vezes consecutivas, cantado por um cara com uma voz terrível e acompanhado de uma sanfona (ou qualquer instrumento tão irritante quanto). Devia ser beber, cair, chegar no fundo do poço, cavar mais um pouquinho, aí olhar pra cima, ver o céu azul e se f*der pra tentar voltar pra cima. E, se fosse assim mesmo, talvez alguma banda "colorida" é que cantasse, o que faria as coisas ainda piores.
Melhor mesmo é não beber, não ouvir música ruim, e, talvez, nunca mais publicar nenhum texto idiota como esse.